mainieri's

sábado, agosto 28, 2021

Meu livro "Mínimo animal poeta" já está a venda na Caravana Grupo Editorial. Sigam o link e prestigiem o autor.


PEQUENA MORTE
o arco
a tensão
da corda
o alvo
cravo a seta
do amor
em ti
e estremeço
após
sou paz

Ricardo Mainieri

terça-feira, janeiro 28, 2020

Poema publicado na antologia "Cabeça que voa"

Poema publicado na antologia "Cabeça que voa", comemorativa de 20 anos da Livraria Asabeça, São Paulo, SP, 2019.

(DES)ESPERANÇA

o mundo

amedronta


ferocidade dos dias
na faina falaciosa
dos homens


na lama
que espalha óbitos


na esperança
que espelha a esterilidade


na noite que oculta
os detritos da alma


por isso o medo
o desconforto


e a convicção
de que vivemos
os últimos tempos.



Ricardo Mainieri

sexta-feira, outubro 11, 2019

Poema selecionado no III Concurso ALAP - Paranavaí Literária 2019


MARIA DA PENHA

ela ingressou
na delegacia

no corpo
o atestado
de seus hematomas

na alma
o somatório
de suas sevícias

nenhum anjo
a acompanhava

levava apenas
o lenço alvo
onde enxugava o rosto

e a voz afônica
para repetir o nome
de seu dono e feitor.


Ricardo Mainieri



segunda-feira, setembro 02, 2019

Musical


domingo, março 17, 2019

Poema para tempos bélicos
.


Poema premiado no I Prêmio Amazônia de Literatura




IRA NA ÍRIS

a ira

na íris


era sangue

pulso acelerado

rota de colisão


armas prontas
para o embate

percebeu 

o desvio


seguiu por ele

a luta não foi

necessária.


Ricardo Mainieri

terça-feira, setembro 18, 2018

Poema para o "Livro da Tribo" 2019

Poema que vai constar no Livro da Tribo, ano de 2019, 

BUMERANGUE

na tarde turva


pensamento

faz curvas



e volta sempre


ao mesmo lugar







Ricardo Mainieri

Poema premiado Prefeitura St. Ângelo - 2018

Poema selecionado pela Prefeitura de Santo Ângelo/RS,
 concurso "Poema nos ônibus", 2018

SÍNTESE

do poema 
buscar a essência


ser preciso
cirúrgico


do mínimo
extrair o máximo


o sumo
das palavras


e tentar
dizer tudo



Ricardo Mainieri

quarta-feira, junho 13, 2018

Dos ciclos



ciclos
se encerram

sem que se perceba


todos os dias

morrem & renascem

sonhos



vontades & vozes
ficam suspensas


a alma nua
sofre as estocadas
do vento


sim

a semente do fim
está plantada

em cada recomeço

nada de novo
sobre a terra


que espera.


Ricardo Mainieri

segunda-feira, abril 23, 2018

6.º lugar no Concurso Literário de Monte Santo, Bahia, 2017.



A ARTE DA SIMPLICIDADE


aprendi
a ser simples


límpido
como a água
nascente


os versos mais tortos
deixei-os num canto

da memória

tudo deve fluir
como um canto

em harmonia

senão
não será poesia


será
sofisma
jogo de adivinhação


por isso
declino do convite

esta não é minha missão.

Ricardo Mainieri

quarta-feira, janeiro 03, 2018

Minha página autoral no Facebook

Cliquem e vejam minhas poesias e minicontos. Estão todos convidados.



Prêmio Literário - Bragança Paulista - 2017



V PRÊMIO LITERÁRIO CIDADE POESIA 

A Associação de Escritores de Bragança Paulista – ASES – tem o prazer de apresentar os vencedores do V Prêmio Literário Cidade Poesia, lançado em julho de 2017, com solenidade de premiação prevista para o mês de março ou abril de 2018. 

MENÇÕES HONROSAS:

Ricardo Manieri – Porto Alegre/ RS





YIN-YANG

             
o sol nascente
não aquece.

não esquece que por aqui
floresce
meu afeto.

não importam
os fusos
os confusos humanos
projeto meu ser no vento
e atento
posso ver-te.

caminhando
em meio a flocos de neve
e à chuva lilás
das cerejeiras.

Ricardo Mainieri
                              

terça-feira, outubro 31, 2017

Depois da chuva


Meu poema recebeu o 3.º lugar, categoria regional, no Concurso Mário Quintana, do SINTRAJUFE/RS, ano de 2017:

Depois da chuva

depois da chuva
poderia sair por ai

distribuindo sorrisos


  girassóis
na tarde cinzenta


mas o tempo
é de flores mortas
estômagos embrutecidos



de espinhos
de rarefeito carinho



 de mentes envergonhadas

de corpos em flagelo

recolho-me e medito
 o mundo é dos vencedores
e tem séculos de arbítrio

 escolhi outro cenário
o destino da poesia.

Ricardo Mainieri

sexta-feira, outubro 06, 2017

Poema premiado - Concurso Ruth Campos - 2017





Poema selecionado no XI Concurso Ruth Campos, de Presidente Prudente, SP, ano de 2017




Metrópole





Os carros

esmagam as vértebras

da avenida



(um cão está morto na calçada)



os homens

só negam a vida

rostos & gestos

mumificados



(um cão permanece morto na calçada)





um bêbado

olha a cena

c

h

o

r

a

.

Ricardo Mainieri

terça-feira, agosto 15, 2017

Poema selecionado no concurso do SINECOL 2017



 

O PASSADO DÓI, MAS PASSA



tinha
a primavera nos olhos



e o coração

na ponta dos dedos

percorria os bares
numa fome etílica
e humana

perseguia
a utopia

ela não parecia distante

hoje
com a alma estilhaçada
emenda os nós da existência

quase solitário

numa implacável
resistência.


Ricardo Mainieri


quarta-feira, julho 19, 2017

Cenurbana


             terceiro lugar no Prêmio Lila Ripoll, 2017, AL/RS





CENURBANA

                                                                                               

sob a marquise

homem & cão

dormem abraçados



na rua

chuva & frio



como foram parar ali

ninguém sabe



para olhos urbanos

apenas dois deserdados



sem pedigree.

Ricardo Mainieri


quinta-feira, junho 29, 2017

Preguiça





Um dos poemas que foi escolhido pela Editora da Tribo para figurar em suas agendas anuais.

 

PREGUIÇA

após o ócio
libertário

a ditadura
do trabalho
transfigurado

depois do feriado
o dia útil

ou nem tanto.


Ricardo Mainieri

quinta-feira, maio 25, 2017

Indícios



estrias de nuvens
na pele do céu
chuva se aproxima.

Ricardo Mainieri

quinta-feira, maio 11, 2017

Tabacaria numa versão bem-humorada




Era domingo. Na noite anterior, Fernando Pessoa tinha tomado duas garrafas de vinho Mateus Rose. 

Não tinha cigarros e a tabacaria estava fechada, naquele momento. 

Padecendo de uma inominável dor de cabeça e fissurado pela falta do tabaco, começou a viajar na maionese e a tecer considerações filosóficas. 

Nisso, o Esteves reabre a tabacaria e ele vê uma menina comendo chocolates. 

Quer ir até lá, mas lembra que está devendo alguns trocados para o dono da Tabacaria. 

Fica puto da cara e escreve aquele poema de quase dez páginas.




Ricardo Mainieri

segunda-feira, abril 03, 2017

Influências



 
se o Ezra
Pound

por que
não eu?

ser Neruda
por um dia

fazer-se de Lorca
depois

anônimo
entre heterônimos
encontrar a pessoa

que vos fala
e diz.
 
Ricardo Mainieri

quarta-feira, março 08, 2017

Dia internacional da mulher



No supermercado, alguns homens compram rosas. Pensam: hoje é o Dia Internacional da Mulher.

Pagam R$ 2,99 e acreditam terem cumprido um rito anual.

À noite, vão presentear a parceira. Pegar o controle remoto e sintonizar no futebol. Ou discutir por causa do tempero da comida. Ou, simplesmente, abrir a porta e sair.


Hoje, o simulacro do afeto: a rosa. Amanhã e nos próximos dias: os espinhos.


Ricardo Mainieri

Poema premiado em 4.º lugar - 6º Concurso Literário de Itaporanga - PB

VERSOS VIRA-LATAS


meus versos
não tem pedigree

são animais

tirados das ruas

crescem assim

meio a esmo


alimentados

pela ração diária

do sentimento


não tente adestrá-los

eles são do mundo


e passeiam

sem culpas


placidamente.



Ricardo Mainieri